As medidas anunciadas pelo Governo em 2018, como a tabela de frete mínimo da ANTT (entenda mais sobre o frete mínimo nesse texto) não geraram o resultado positivo esperado. Recentemente a atualização da tabela publicada pela ANTT gerou insatisfação por por parte dos caminhoneiros, e foi posteriormente revogada. Esse é só um episódio sintomático da expectativa de embarcadores e motoristas para o cenário dos fretes nos próximos anos.
A NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas e Logística) recentemente divulgou dados que mostram a queda de expectativa em relação ao mercado rodoviário: dos 2500 entrevistados, 56% afirmaram que a situação está pior que antes. Em janeiro, esse número era de 36%.
Outro dado importante é que o faturamento das transportadoras diminuiu em cerca de 62% no último semestre. A dificuldade para implantar a tabela de frete também foi um fator que contribuiu para esses dados. Em janeiro, 60% dos empresários imaginou que a tabela poderia ser positiva, em julho o número caiu para 41,5%.
A pesquisa revelou também que 54% das transportadoras possuem fretes a receber em atraso. Isso demonstra o surgimento de uma grande fila de pagamentos (backlog) por parte das empresas contratantes, agravando ainda mais um cenário já conturbado.
- Entenda o cancelamento da tabela de frete:
O Governo Federal suspendeu no dia 22 de julho a atualização da tabela de frete publicada na semana. A resolução da ANTT desagradou caminhoneiros, pois a atualização diminuiu os valores mínimos. Após os indícios de descontentamento, o governo federal resolveu recuar e cancelar a atualização que entrou em vigor no sábado.
A classe dos caminhoneiros se reunirá com as autoridades em Brasília para definir um acordo em relação aos valores previamente acordados da tabela de frete publicada pela ANTT, e a tentativa é de realizar um acordo entre as 11 categorias com segmentos de embarcadores/transportadores. De acordo com o ministro da infraestrutura Tarcísio Gomes, os acordos devem ser fechados com cada um dos segmentos envolvidos, para resolver as demandas específicas.
“O diálogo segue sendo o principal mecanismo com o qual vamos buscar o consenso no setor de transportes de cargas. Por isso a importância em dar continuidade às reuniões. Estamos desde o início do ano com as portas abertas no ministério e esta tem sido a melhor forma de dar transparências às decisões que estão sendo tomadas em conjunto”, declarou o ministro.
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