COMO IDENTIFICAR ALTAS NO PREÇO DOS FRETES

Uma série de variáveis pode influir no preço dos fretes – algumas delas criam altas que impactam em todo o setor de transportes, mas outras afetam apenas determinados mercados e regiões. Como cliente de transportadoras, é importante que você saiba identificar e antecipar aumentos ou reajustes, o que permite a você fechar negócios com antecedência ou, na curva de baixa, postergar embarques para reduzir custos de transporte.

Uma alta nos fretes é algo que, em geral, não está vinculado apenas a movimentos de aumento e redução de demanda ou oferta. Principalmente os custos das transportadoras possuem um impacto direto e geralmente automaticamente repassado aos clientes e embarcadores. Épocas com maior demanda por caminhões e navios obviamente apresentam preços maiores nos fretes de um modo generalizado, mas esses movimentos geralmente são sazonais ou indicados pelo desempenho de outros setores. O que você precisa é rastrear itens que afetem preços e causem alta nos fretes. Dentre esses “drivers”, podemos destacar:

  1. Combustíveis e derivados do petróleo.
  2. Pneus e bandas de borracha.
  3. Tarifas de pedágio e outros custos de circulação.
  4. Dissídios e reajustes para caminhoneiros.
  5. Reformas e recapeamento em rodovias.
  6. Impostos e contribuições.

Cada um desses itens incide no preço dos fretes. Uma alta nos fretes, de qualquer modo, está geralmente associada a pelo menos um, senão todos os itens acima. Vamos entender o porquê disso.

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Tempo de realização

É claro, as consequências de mudanças no preço dos fretes e custos decorrentes desses itens não necessariamente causam um impacto imediato nos preços dos fretes. Contudo, o prazo de realização desses custos varia e é preciso que você tenha uma ideia aproximada de quando os impactos de qualquer variação irão, de fato, refletir em uma alta nos fretes.

Tarifas de pedágio e aumentos nos preços dos combustíveis geralmente causam um impacto mais rápido. Esses reajustes estão ligados a despesas das transportadoras que são pagas à vista, e portanto modificam seus custos assim que sofrem qualquer reajuste ou baixa. Notícias sobre possíveis aumentos nos preços do diesel, óleo lubrificante, gasolina e também pedágios devem ser lidas com atenção – sempre há alguma influência nos fretes e, mesmo no caso de uma redução, acompanhar tais notícias é algo que lhe dá margem de barganha.

Por outro lado, dissídios e reajustes de categorias estão atrelados a convenções coletivas – isso leva tempo e tende a ocorrer em uma mesma época do ano. O impacto nos preços dos fretes não é imediato, mas pode ser previsto e negociado com base no tamanho do reajuste. O mesmo se dá com impostos e contribuições. Modificações tributárias são comunicadas com alguma antecedência e possuem um tempo de aplicação – além disso, impostos não são despesas de pagamento à vista.

Por fim, obras de recapeamento e manutenção de rodovias elevam, por conta do trânsito e paralisações, o número de horas pagas a caminhoneiros. A transportadora tende a repassar esse custo adicional, portanto esteja ciente das obras e interrupções em rodovias ao planejar sua carga.

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